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quarta-feira, setembro 20, 2006

Ausências e aventuras...

Porque a ausência não tem que significar «esquecimento», retomo esta coisa do recriar, usando e baralhando as palavras dos outros. E as imagens. Quem sabe... um dia os sons, os cheiros, os espaços. Passos.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Literatura IV 

«Tudo no mundo existe para acabar num livro»

Mallarmé

Pele 

«Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele»

David Mourão-Ferreira, in Do Tempo ao Coração, 1966

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Rosa Parks e o protesto do autocarro 

1 de Dezembro de 1955. Em Montgomery, Alabama, Rosa Parks é presa por recusar ceder o seu lugar num autocarro público a um homem branco, violando assim as leis de segregação racial em vigor na cidade.
Em 1955, no estado do Alabama, os americanos de raça negra ainda eram não só obrigados a sentar-se nos bancos traseiros dos transportes públicos, como também a cederem esses lugares aos cidadãos brancos, caso os assentos da frente - a estes destinados - já se encontrassem ocupados.
A recusa de Rosa Parks em ceder o seu lugar foi a génese do primeiro protesto não violento e organizado em grande escala contra a segregação racial, e ficou conhecido na história como o boicote do «Montgomery bus».. Com efeito, em 5 de Outubro seguinte, a NAACP (National Association for the Advancement of Colored People) deu início ao famoso boicote ao «Montgomery bus».
Na primeira noite desse boicote, um reverendo então com 26 anos, afirmava à multidão reunida na sua igreja: «the great glory of american democracy is the right to protest for right». Chamava-se Martin Luther King, Jr.
O protesto de Montgomery estendeu-se por mais de um ano (381 dias).
Em 13 de Novembro de 1956, o Supremo Tribunal dos EUA decretou finalmente que as leis de segregação racial em vigor no Estado do Alabama violavam a 14ª Emenda da Constituição americana.
Rosa Parks ainda hoje é conhecida como a «mãe do movimento dos direitos civis».

quarta-feira, novembro 26, 2003

Tutankhamon 

Assinalando a descoberta, em 1922, do túmulo do faraó egípcio Tutankhamon, pelos arqueólogos Howard Cartes e Lord Carnarvon, as primeiras almas a nele entrar depois de mais de 3000 anos. Mais um pequeno grande mundo que foi dado ao mundo!

Literatura III 

«Ao fim ao cabo, somos uns pobres homens e mulheres que andamos para aqui. A História é tão assustadora, a vida é tão tremenda, que a literatura se torna uma espécie de porto de abrigo, onde tudo está de acordo, com uma causalidade intrínseca»

Mário de Carvalho, in «JL», entrevista publicada na ediçºão de 12/11/2003

Literatura II 

«A literatura é uma utopia, mas benéfica. Todo o romance é uma sociedade perfeita. A literatura como arte tem essa virtude taumatúrgica extraordinária de converter em belo o feio, em bom o mau. Em literatura pode-se alcançar essa sociedade perfeita. Isso é bom, só nos enriquece e nos compensa, de alguma maneira, da vida real»

Mario Vargas Llosa, in Público, Supl. «Livros», entrevista publicada na edição de 1/11/2003

Literatura I 

«Um romance que nos convença da sua verdade é verdadeiro, mesmo que esteja cheio de mentiras»

Mario Vargas Llosa, in Público, Supl. «Livros», entrevista publicada na edição de 1/11/2003

terça-feira, novembro 25, 2003

Nelson Goodman 

Há uma versão de mundo que é, ou vai sendo, construída pela filosofia. Em Needham, Massachusetts, Nelson Goodman deixou-nos em herança a obrigação e a necessidade de permanentemente reconstruirmos o mundo através da mais nobre das actividades: o pensar. Tinha 92 anos e, há já cinco, o mundo perdeu uma das mais brilhantes mentes do século XX. Brilhante na criatividade, no trabalho, no rigor, na carreira. Uma mente «emérita». A Nelson Goodman ficamos a dever algumas das mais interessantes questões que a filosofia - o pensamento - tem por resolver. Questões rigorosas, severas, até. Ou talvez apenas escrupulosas, retomando as próprias palavras do autor: Podeis não concordar com alguns destes escrúpulos e protestar que existem mais coisas no céu e na terra do que sonha a minha filosofia. Eu preocupo-me mais com que a minha filosofia não sonhe com mais coisas do que as que existem no céu e na terra» (1). Na inteligência e elegância da escrita (2), a delimitação do campo exacto da filosofia. A propósito de uma obra (3), Goodman esclarece o próprio programa filosófico, que não segue «um percurso rectilíneo do princípio ao fim». «Ele caça; e na caçada, por vezes inquieta o mesmo guaxinim* em árvores diferentes, ou guaxinins diferentes na mesma árvore, ou mesmo o que mostra não ser nenhum guaxinim em nenhuma árvore. Encontra-se em si próprio empancando mais de uma vez na mesma barreira e partindo para outros caminhos. Bebe frequentemente das mesmas correntes, e dá passos em falso em territórios difíceis. E contam não as presas caçadas mas o que se aprendeu do território explorado».
Nelson Goodman morreu há cinco anos. Aquele que, no dizer de Hilary Putnam, «em cada conversa, borbulhava de ideias. (4)
A Nelson Goodman devo o prazer de algumas das minhas melhores reflexões.

(1) Facto, Ficção e Previsão, Presença, 1991, pp 55
(2) Alusão a Shakespeare, Hamlet, I, v. 166: «There are more things in heaven and earth, Horatio, than are dremed of in your philosophy»
(3) Modos de Fazer Mundos, Asa, pp. 33
(4) in Harvard University Gazette, 3/12/1998
* espécie de raposa que se alimenta de caranguejos

...e também Mishima 

Entregou ao seu editor a última versão do 4º volume de «The Sea of Fertility, obra épica sobre a vida japonesa do século XX, e geralmente considerado o seu trabalho maior. Depois, perante audiência atónita, retirou-se do mundo deixando-lhe quase e apenas a memória de um dos seppukis mais memoráveis. Pronto... está registado...

segunda-feira, novembro 24, 2003

Darwin 

Apenas para assinalar a publicação, em 1859, da obra que irreversivelmente mudou a nossa versão de mundo: "On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life»

Ideia 

«Uma boa ideia não tem idade, tem apenas futuro»

Frederico Mayor, Director Geral da Unesco, por ocasião do cinquentenário da organização

sexta-feira, outubro 31, 2003

Tempo... 

«(...) Fica-me um tempo por dentro
Passa-me um tempo por fora»

Ary dos Santos, «O Relógio», in Adereços, Endereços

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