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quinta-feira, setembro 11, 2003

Theodor Adorno, no centenário do seu nascimento... 

A autodestruição do esclarecimento

«Não alimentamos dúvida nenhuma - e nisso reside a nossa petitio principii - de que a liberdade na sociedade é inseparável do pensamento esclarecedor. Contudo, acreditamos ter reconhecido, com a mesma clareza, que o próprio conceito desse pensamento, tanto quanto as formas históricas concretas, as instituições da sociedade com as quais está entrelaçado, contém o germe para a regressão que hoje tem lugar por toda a parte. Se o esclarecimento não acolhe dentro de si a reflexão sobre esse elemento regressivo, ele sela o seu próprio destino. Abandonando aos seus inimigos a reflexão sobre o elemento destrutivo do progresso, o pensamento cegamente pragmatizado perde o seu carácter superador e, por isso, também a sua relação com a verdade. A disposição enigmática das massas educadas tecnologicamente a deixar-se dominar pelo fascínio de um despotismo qualquer, a sua afinidade autodestrutiva com a paranóia racista, todo esse absurdo incompreendido manifesta a fraqueza do poder de compreensão do pensamento teórico actual»

T. Adorno e M. Horkheimer in Dialéctica do Esclarecimento

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